segunda-feira, 23 de maio de 2011

Critérios para o Julgamento da Cattleya walkeriana

Com o avanço genético da Cattleya walkeriana, principalmente das suas variedades, conseguimos hoje plantas em praticamente todas as variedades catalogadas com forma igual ou superior as plantas típicas.
Apesar da divisão do julgamento em categorias cromáticas, as plantas deverão ser julgadas exclusivamente pela forma, não considerando assim a variedade cromática.
O julgamento será feito através de planilha elaborada exclusivamente para o julgamento da Cattleya walkeriana e com isso elevamos a pontuação da forma geral de 40% para 60% da pontuação total, afinal a forma é o principal quesito a ser julgado.
O quesito FORMA GERAL será dividido em pétalas, sépalas, labelo, planicidade (perfil) e triangulação, e cada uma dessas divisões receberá as seguintes pontuações:
·         Pétalas (10 pontos)
·         Sépalas (10 pontos)
·         Labelo (10 pontos)
·         Planicidade (15 pontos)
·         Triangulação (15 pontos)

Pétalas - armação, formato, largura e outras características.
Sépalas - armação, formato, largura e outras características.
Labelo - armação, formato, largura e outras características.
Planicidade - o quanto as flores são planas quando observadas de lado, ou seja, o perfil das flores.
Triangulação – a distância entre o ápice das três sépalas deverá ter a mesma medida, assim como a distância entre o ápice das duas pétalas e a base do lóbulo medial do labelo também deverá ter a mesma medida, formando assim dois triângulos equiláteros invertidos e sobrepostos, ou seja, a famosa estrela de seis pontas.


As pétalas, sépalas e o labelo receberão a mesma pontuação justamente por terem, no cunjunto floral, a mesma importância. Já a planicidade (perfil) e a triangulação receberão notas um pouco maiores por serem responsáveis por boa parte do equilíbrio da flor.

No segundo quesito temos COR, SUBSTÂNCIA e TEXTURA, que apesar de terem menor pontuação, são também de suma importância para o julgamento como um todo.
Para este segundo quesito distribuiremos o total de 25 pontos, sendo:
·         Cor (5 pontos)
·         Substância (10 pontos)
·         Textura(10 pontos)

Para que possamos entender melhor o que julgar nestes quesitos:
Cor - Em cor julgaremos a homogeneidade do colorido das flores, defeitos e falhas de coloração.
Substância - É a suculência das flores, ou seja, o que podemos pegar.
Textura - É basicamente o brilho que podemos ver em toda superfície das flores.

No terceiro quesito tratamos a FLORAÇÃO, que basicamente serve como “critério de desempate”, pois aborda a disposição, quantidade e tamanho das flores. Para este quesito serão distribuídos 15 pontos:
·         Disposição (5 pontos)
·         Quantidade (5 pontos)
·         Tamanho (5 pontos)

Disposição - Disposição ou armação das flores nas hastes, o comprimento das hastes em relação a planta, lembrando que será permitido apenas um tutor por haste com amarrilhos para a quantidade de flores existentes em cada uma delas.
Quantidade - Quantidade de flores por haste ou mesmo quantidade de hastes floridas em uma mesma planta, lembrando que a quantidade mínima para o julgamento seria de uma haste com pelo menos duas flores, estando pelo menos uma delas totalmente aberta ou madura.
Tamanho - Tamanho das flores.

Após o conhecimento de todos os quesitos a serem julgados e suas respectivas pontuações, devemos ter em mente a “flor perfeita” e assim fazer a análise das plantas a serem julgadas subtraindo a pontuação da citada “flor perfeita”  e assim dar as notas em cada quesito da planilha de julgamento.
JUÍZES
Visando a transparência, o favorecimento ou desfavorecimento de determinadas plantas (expositores), as entidades deverão convocar previamente cinco (5) juízes credenciados pela Associação da Cattleya walkeriana (ACW), preferencialmente de diferentes cidades e estados para o julgamento com aplicação da planilha.
O grande problema da pontuação em planilhas anteriores era a discrepância entre as notas lançadas pelos juízes para uma mesma planta, algumas vezes ultrapassando os 50%. A criação e a aplicação desta nova planilha pretende resolver este tipo de problema, e ainda sim, havendo algum tipo de problema, os cinco juízes deverão reorganizar com o coordenador do julgamento as notas até que a diferença entre a maior e a menor nota não seja superior a cinco pontos.
Vale lembrar que as notas acima ou abaixo dos 5% das pontuações máximas e mínimas lançadas para cada planta serão cortadas na planilha geral, valendo assim a média entre as notas restantes.
Ficará por conta das associações orquidófilas escolherem os cinco juízes que serão convocados para o julgamento dentro do corpo oferecido pela Associação da Cattleya walkeriana (ACW). Caberá ao coordenador do julgamento organizar planilhas, fazer os cálculos para obtenção das plantas premiadas e organizar o julgamento como um todo.
CATEGORIAS
Após o estudo e a formatação da planilha para julgamento dos quesitos relacionados a forma, faz-se necessário uma análise e divisão das plantas expostas em grupos cromáticos ou categorias.
Com a enorme quantidade de plantas expostas em todas as exposições entre os meses de abril e julho, mostrou-se a necessidade da divisão das plantas em categorias, onde assim as plantas serão julgadas pela sua forma em uma mesma planilha, porém divididas em cinco categorias com três colocações para cada uma delas.
Acreditamos que a divisão das categorias de acordo com a base cromática seria o ideal para não haver confusão por parte dos juízes na hora da separação das plantas e assim dividimos as categorias em:
1.      alba e albescens
alba – pétalas, sépalas e lóbulo medial e laterais de colorido branco puro, inclusive na parte posterior das sépalas.
albescens – pétalas, sépalas e lóbulo medial e laterais de colorido branco puro com leves nuances de colorido rosado em alguma ou algumas das extremidades acima.

2.      coerulea e coerulescens
coerulea – pétalas e sépalas com colorido que vai do lilás azulado ao ardósia, e lóbulo medial com colorido no mesmo tom com maior intensidade.
coerulescens – pétalas, sépalas e lóbulo medial e laterais com colorido que vai do lilás azulado ao ardósia, também chamada por alguns de concolor coerulea.

3.      semi-alba, suave e suavíssima
semi-alba – pétalas e sépalas de colorido branco puro e lóbulo medial com colorido solferino de forma e intensidade variável.
suave - pétalas e sépalas de colorido branco com nuances de colorido rosado e lóbulo medial com colorido solferino de maior intensidade.
suavíssima - pétalas e sépalas de colorido branco com nuances de colorido rosado e lóbulo medial com colorido rosado de pouca intensidade.


4.      lilás (típica e rubra)
típica – pétalas e sépalas com colorido lilás de intensidade variável, e lóbulo medial com colorido no mesmo tom com maior intensidade.
rubra – pétalas, sépalas e lóbulo medial e laterais com colorido lilás bem escuro, inclusive a coluna.

5.      outras variedades (concolor, rosada, labelóide, vinicolor e todas as outras variedades que não encaixarem nas quatro primeiras categorias).


O morfo-cromatismo, ou melhor, a forma como o desenho do colorido se apresenta nas extremidades das flores não pode ser confundido com as variedades, pois a base cromática é algo bem diferente da forma como o colorido se apresenta nas flores. Um exemplo claro são as plantas semi-albas ou suaves aquinadas e flameadas, a base cromática seria semi-alba ou suave e o desenho seria o aquinado ou flameado apresentado nas pétalas e/ou sépalas.

Como temos observado uma grande quantidade de plantas de algumas variedades incluídas na categoria outras variedades, um exemplo seria a variedade vinicolor, caberá a Associação da Cattleya walkeriana (ACW), em conjunto com a entidade que estiver promovendo a exposição, observar a necessidade da criação de novas categorias e consequentemente o julgamento destas plantas nesta nova categoria.

DISPOSIÇÕES GERAIS

O horário para o início e a finalização do julgamento ficará por conta da entidade que estiver promovendo a exposição, desde que seja feito sempre no primeiro dia da exposição.
A planilha deverá conter o nome e assinatura do juiz, assim como a cidade e a data da exposição. As planilhas originais farão parte do arquivo da Associação da Cattleya walkeriana (ACW) e as entidades receberão cópias para que também possam fazer o seu arquivamento.
No horário do julgamento, permanecerão dentro do recinto das plantas expostas apenas os juízes credenciados e auxiliares convocados previamente pelas entidades junto à Associação da Cattleya walkeriana (ACW).
Serão pré selecionadas o máximo de cinco (5) plantas de cada categoria para que possam ser retiradas as três plantas finalistas escolhidas através da pontuação aplicada na planilha.
Durante o julgamento os juízes poderão tocar levemente as flores pela parte de trás, afim de analizarem a substância das flores ora julgadas.
Ao final de cada exposição o coordenador do julgamento deverá explicar sobre o julgamento e os critérios com que as plantas campeãs foram estabelecidas.
No caso de aparecerem plantas diferenciadas e que não estejam enquadradas dentro das categorias estabelecidas para o julgamento, será dado um prêmio de distinção, um exemplo seriam as labelóides e trilabelos.

Planilha de julgamento

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